quinta-feira, 5 de setembro de 2019

ALMA GÊMEA

                        Edson Nogueira Paim


Porque foi embora, meu amor

Deste munso ainda cedinho
Vi desfeito nosso ninho
Não sei como, nem porquê
SEM ROTEIRO ou referência
Levanto, mas não me aprumo
Sigo à deriva, sem rumo
Minha bússola era você 


PERPLEXO ainda, eu me pergunto  
Porque deveria ter sido assim 
Você partir antes de mim
A passos, devagarinho  
Naquela tarde sombria  
Na trilha do campo santo
Meu murmurio foi de espanto
Oh meu Deus, estou sozinho

PROCURO, mas não me encontro
Nem me reinventar eu posso
Espargiu tudo o que era nosso
Insisto,  mas não consigo
Colimar um novo norte
Hoje vivo em desatino
Na incerteza do destino
Carente de um ombro amigo

LONGE de você, querida
Sobrevivo tão tristonho
Por fenecer nosso sonho
Sonho que chega ao fim
Todo envolto por saudades
Eu prossigo na jornada 
Cambaleante na estrada 
Com um vazio dentro de mim

A PENSAR em nossa vida
Um lampejo em minha mente
Resplandece de repente
Numa noite de vigília
A sonhar mesmo acordado
Atino-me satisfeito 
Que você, de SEU próprio jeito
Modelou nossa família

EM INSTAN TES me interrogo
Se existir vida pós-morte 
E se acontecer por sorte
Descortinar este véu
Para reencontrar Rosalda
Deveria procurá-la onde 
Gustavo, mosso bisneto responde
“A vovó está no céu”

segunda-feira, 2 de setembro de 2019


Em sonho, uma noite fui  poeta
Mas não me atribuo tal conceito
Por me faltar musa e o próprio jeito
Desta arte da métrica e da trova


Tornei a dormir e voltei a sonhar
Encontro uma donzela formosa
Linda, lima similar à rosa
Agora a inspiração se renoca

Esquiva, não revelou quem era
Doravante lhe chamarei Elisa
Nome suave, igual uma brisa
Capaz de induzir uma emoção

Rutilante, preciosa jade
Porte sereno quanto elegante
Estímulo desencadeante
Des sístoles do meu coração

Se surgir a réplica de Elisa 
Hei de lhe acenar com casamento
E na solenidade do evento
Eu lhe direi que a farei feliz

Então trilharemos toda a Europa
Berço de nossos antepassados
Que tão sonhadores quanto ousados
Vieram viver neste país

A reverso de sonhar em vão 
Apesar de a sós cortarei os mares
Similarmente rasgarei os ares
Livre de quimeras e miragens 

A colimar a orla das estradas
Rumo às mais variadas terras
Parques, reservas, praiass e serras
Concrertizar sonhos de viagens